Um PPR com ETF lá dentro?

Quer queiramos, quer não, sentiu-se um burburinho diferente nas últimas semanas que teve a ver com o lançamento de um produto financeiro que alegava no seu marketing que um PPR e um ETF eram “feitos um para o outro”.

Ora, vamos então explorar e perceber do que se trata?

Falamos do PPR Golden SGF ETF.

Antes de mais, o que é um PPR?

Um PPR – Plano Poupança Reforma – não é mais do que um fundo de investimento com características muito específicas.

E o que é um fundo de investimento? É uma cesta de produtos financeiros que são geridos por uma entidade, de acordo com uma determinada estratégia.

Mas o que é que este fundo específico (PPR) tem de especial?

É regido por legislação específica e o principal objetivo é incentivar a criação de poupança pelas famílias para ser usufruída na reforma ou em situações específicas de maior necessidade financeira (desemprego, doença…).

Também podem ser constituídos apenas como um produto de investimento normal e ser resgatado quando quisermos.

Existem alguns incentivos à poupança para longo prazo como deduções extra no IRS e também nas taxas reduzidas de impostos a pagar sobre os lucros, assim como existem penalizações para os casos em que há incumprimento das condições. Mas isso vamos deixar para um outro artigo.

Existem dezenas de PPRs no mercado. Para todo o tipo de pessoas: mais conservadoras, mais agressivas, com muito dinheiro para a primeira subscrição, com pouco dinheiro, capital garantido, sem capital garantido.

Como fundos de investimento que são, são como uma cesta em que lá dentro podem ter ações, obrigações, matérias-primas… e também podem ter ETFs! Ou seja, um fundo dentro de um fundo 😂

Então qual é a GRANDE novidade aqui?

Pois bem, o facto de haver ETFs na constituição de PPRs não é propriamente uma novidade. Já existem PPRs com ETFs (de ações ou obrigações) na sua composição.

Os ativos deste PPR especificamente são distribuídos desta forma:

• 15% a 30% de ETFs de Obrigações (Governos e Empresas)
• 65% a 85% de ETFs de Ações (ações de países desenvolvidos e emergentes)
• 0% a 10% Monetário/Liquidez

Associado à passividade de gestão deste PPR (por ser constituído apenas por ETFs), temos então, a nosso entender, a GRANDE mais-valia deste produto – a sua taxa de gestão.

Quando investimos, sabemos que as taxas de gestão, subscrição, resgate, manutenção e outras que tais, deitam por terra parte dos lucros. Por isso, quanto menores, melhor!

Neste caso a comissão de gestão é de 1% ao ano (máximo) e para novas subscrições até 30 de novembro de 2023 terá um valor excepcional de 0,75% ao ano – isto é verdadeiramente inovador! Se alguém conhecer um PPR com um taxa tão baixa que diga por favor.

Para um PPR é um valor realmente muito bom.

Não tem comissão de subscrição nem de transferência.

O montante mínimo de subscrição inicial é de 1500€ (se for subscrito para um menor então este valor é de 500€).

As subscrições seguintes têm um valor mínimo de 500€ ou de 50€, se forem realizadas via débito direto.

O que é que nós achamos sobre isto tudo?

Achamos que vamos rever os nossos PPR (temos 4 para quem ainda não sabe 😂), avaliar a distribuição de ativos de cada um, reavaliar as suas comissões e, provavelmente, transferir um deles para este novo PPR GOLD SGF ETF pelas baixíssimas comissões que cobra!

Apesar de ser um produto novo e ainda não haver informação sobre o comportamento financeiro ao longo do tempo, a sua composição em ETF globais de ações e ETF de obrigações naquelas proporções deixam-nos relativamente descansados.

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