Na nossa sociedade, o tema finanças claramente não está na ordem do dia.
Na escola aprendemos a ler e a escrever. Aprendemos também como se formou a Terra, a física e a química, os problemas filosóficos, a aritmética e os exercícios trigonométricos.
Mas alguém se esqueceu que também precisamos de saber lidar com algo tão básico como o dinheiro. Afinal, é ele o grande condicionador de toda a nossa vida e também o responsável por grande parte daquilo que conquistamos e adquirimos.
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ToggleA nossa educação
Os nossos pais transmitiram-nos sempre o melhor que podiam e sabiam. E como tal, sempre nos foi dito que o “percurso laboral” de uma pessoa de bem devia ser:
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- Ir à escola;
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- Aplicar-se o melhor possível para que a escolha do curso fosse uma escolha consciente e não porque “era a única opção disponível”;
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- Começar a trabalhar para ganhar dinheiro para as despesas;
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- Reformar-se pelos 65 anos.
Não nos foram incutidas (nem em casa nem na escola) noções diferenciadas sobre gestão financeira, diferenças entre ativos e passivos, investimentos ou empreendedorismo e obviamente que reformar-se antes da idade tradicional da reforma não era sequer uma ideia que fizesse sentido pensar – as pessoas têm de trabalhar até à reforma, ponto.
De uma forma quase inata, sempre fomos pessoas muito controladas em relação ao dinheiro, sempre tivemos noção do que gastávamos, sempre registámos alguns tipos de despesas, não compramos por impulso, sempre gostamos de poupar e nunca vivemos acima das nossas possibilidades. Investimentos é que não era connosco.
Ainda assim, os pais da Joana tinham aberto uma conta poupança quando ela nasceu e foram colocando lá algum dinheiro que foi rendendo juros. Ela tem memórias de infância de quando recebia cartas em nome dela várias vezes por ano onde constavam os juros recebidos.
Este dinheiro + juros foi-lhe dado quando terminou o curso, mas para além do dinheiro não vieram mais explicações sobre rentabilidade, juros, investimentos.
A Joana também conhecia uma história do seu pai em que “há uns anos tinha feito um investimento que lhe tinha rendido algum dinheiro” mas por envolver algum risco e não ter capital garantido, acabou por ceder ao medo e retirar de lá todo o dinheiro. “É mais seguro se ficar no banco“.
Por ter este background financeiro, ainda que muito ténue e sem pilares seguros, sempre esteve mais desperta aos anúncios dos bancos e havia algo dentro dela que a fazia querer rentabilizar mais o seu dinheiro – mas o conhecimento era zero! E com o lufa lufa do dia-a-dia, não havia disponibilidade mental para se debruçar mais dobre o tema.
A chamada que mudou tudo
Num belo dia de inverno, eis que o telemóvel da Joana toca e era a gestora do banco que queria agendar uma reunião para falar sobre investimentos. O Pedro disse logo que ela ia ser enganada. Mas lá agendou e foi.
Chegou a casa com 250€ investidos num PPR e a dizer coisas muito estranhas na altura sobre “benefícios fiscais” ou lá o que era.
O Pedro achou que estava a sonhar e ela tinha perdido o juízo… como assim acabou de queimar 250€?? Ainda por cima nem sabia muito bem falar sobre aquilo nem explicar em que consistia o investimento…
O tempo foi passando, e a Joana foi investigando mais sobre o tema e mais, começou a entrar por caminhos ainda mais desconhecidos – agora falava de corretoras e de ETFs (que na altura até confundíamos com NFTs ).
Até que um dia abre conta na DEGIRO e compra o seu primeiro ETF!
Ao mesmo tempo, foi mostrando ao Pedro páginas de Instagram que falavam sobre o tema liberdade financeira e investimentos de forma clara – e a primeira inspiração foi sem dúvida a fire.pt.
O Pedro começou a interessar-se pelo tema e ao longo do tempo tornou-se quase obsessão! Como assim estes conceitos tinham passado entre os pingos da chuva até hoje?
Era urgente recuperar o tempo perdido!