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Os mais atentos já devem ter reparado que temos um gostinho especial por plataformas de peer-to-peer (P2P), ou crowdlending.
Assim, de uma forma muito genérica, este tipo de investimento tem como objetivo emprestarmos o nosso dinheiro a terceiros para financiamento de diversas coisas e recebermos juros por isso – tal e qual como funciona um empréstimo bancário, mas aqui o banco somos nós.
Existem plataformas mais generalistas e outras mais específicas para determinados tipos de empréstimos. No geral, existem para créditos pessoais, crédito automóvel, alavancagem de pequenos ou médios negócios, imobiliário….
No fundo, as plataformas (que, obviamente, deverão estar bem regulamentadas) servem de intermediários entre o investidor (nós) e as empresas de crédito/destinatários.
É, obviamente, um tipo de investimento de risco, porque estamos a emprestar o dinheiro e esperamos recebê-lo de volta.
Nós, após termos avaliado a nossa tolerância ao risco e termos traçado a nossa estratégia, decidimos que ter 10 a 15% do nosso dinheiro investido nestas plataformas era bem suportado e é isso que temos feito.
“Mas se envolve risco, por que cargas de água é que investem neste tipo de negócio?” perguntarão vocês.
Pois bem, quando falamos de dinheiro, risco zero não existe, nem debaixo do colchão (muito pelo contrário porque se deixarem 100€ debaixo do colchão, daqui a 10 anos não fazem nada com eles porque a inflação cortou-lhes as pernas que tinham para andar… ou para comprar 😂).
Para além disso, este tipo de investimento oferece taxas de retorno muito elevadas, havendo plataformas que pagam taxas de juro bem acima dos 10-12%.
Aqui o nosso segredo é ter uma carteira de investimentos diversificada e, como já referimos, temos alocada uma % relativamente baixa do nosso dinheiro – máx. 15%. É uma boa forma de recebermos rendimentos mensais passivos e tem mesmo muita piada ver dinheiro a cair na nossa conta sem termos de fazer nada – apenas fruto do nosso investimento. Basicamente é um óptimo exemplo de como podemos colocar o dinheiro a trabalhar para nós.
Como estamos numa fase de acumulação de capital e a investir dinheiro que não precisamos, todo o retorno que recebemos destas plataformas é automaticamente reinvestido, ou seja, não o levantamos. Fica na plataforma a gerar juros sobre juros.
Vamos explorar a Crowdpear
Passemos ao que interessa! Hoje falamos da Crowdpear, a nossa mais recente aquisição no mundo das P2P:
- Plataforma regulada pelo Banco Central da Lituânia
- Segue a Regulamentação da União Europeia para Crowdfunding
- A principal área de atuação é o negócio imobiliário, havendo também alguns projetos para financiamento de pequenas-médias empresas.
Apesar de ter uma idade ainda muito tenra (foi criada no início de 2023), tem desde já uma grande vantagem: 2 dos 3 detentores da empresa foram também os criadores de uma outra plataforma de P2P sobejamente conhecida – a Peerberry – com provas dadas de segurança e transparência – portanto a equipa gestora de tudo isto tem já uma vasta experiência no meio financeiro.
Vamos a aspectos práticos?
Primeiro, não há taxas nem taxinhas. Depósitos, investimento e levantamento sem custos.
As taxas de juro médias são de 11,5% e podem ir até 15%.
Os juros começam a contar logo desde o dia do investimento, e não apenas quando termina a fase de angariação como em algumas plataformas em que o dinheiro fica “preso” sem gerar juros até o financiamento estar concluído – mas na Crowdpear isso não acontece.
A maior parte dos projetos tem uma duração de 12 meses e os juros são pagos trimestralmente (pode variar, mas até agora tem sido assim na maioria dos projetos que temos visto).
Os projetos, por agora, são todos na Lituânia e parece que brevemente começarão a surgir empréstimos para imobiliário em Espanha.
Os projetos estão salvaguardados por hipoteca, em que em caso de incumprimento, a venda do imóvel cobrirá os valores a devolver aos investidores.
Como medida adicional de segurança, a plataforma só financia projetos com Loan-to-Value (ou rácio empréstimo-garantia) de até 80% (com uma média de 57%). As avaliações dos imóveis são realizadas apenas por avaliadores homologados pelas entidades reguladoras do ramo.
O montante mínimo de investimento por cada projeto é de 100€.
A descrição de cada projeto é completa, com detalhe das principais características (taxa de juro, duração, pagamento de juros e de capital, rácio empréstimo-garantia, detalhes do imóvel, medidas de proteção ao investidor…)
Também têm um programa de bónus interessante :
- Logo na abertura de conta, se for feita com link de amigo, oferecem 15€ após os primeiros 300€ investidos. Para além disso, novas contas beneficiam de uma acréscimo adicional de 0,5% na taxa de juro dos investimento realizados nos primeiros 90 dias. Ou seja, se investirmos num projeto que oferece taxa de juro de 10%, se for feito nos primeiros 90 dias após a adesão, então a taxa de juro para esse empréstimo será de 10,5% 🤩 – o nosso link de afiliados é este!
- Programa de Fidelização: Têm 3 patamares onde após determinado valor de investimento na plataforma – 10.000€, 25.000€ e 40.000€ – adicionam 0,5%, 0,75% ou 1%, respetivamente, à taxa de juro base dos empréstimos (claro que ter 10, 25 ou 40.000€ investidos aqui será difícil por enquanto, mas não deixa de ser interessante este tipo de vantagem).
Vantagens e Desvantagens
Vantagens
- Plataforma controlada e supervisionada pelo Central Bank of Lithuania;
- Em Julho de 2023 obteve a ECSP licence (pelo regulamento da UE para crowdfunding);
- Os fundos da empresa estão segregados dos fundos dos investidores, por isso em caso de aperto não se poderão socorrer do nosso dinheiro;
- Equipa Crowdpear experiente no negócio de peer-to-peer – já desenvolveram a plataforma Peerberry, que ainda está no ativo e com muito bom feedback dos investidores;
- Bom rácio risco-retorno para o tipo de negócio;
- Está disponível a opção de mercado secundário, onde podemos vender as nossas posições a terceiros se precisarmos do dinheiro antecipadamente ou se perdermos o interesse na plataforma.
Desvantagens
- Visto ser uma plataforma recente ainda há um número algo limitado de projetos – ainda assim têm surgido opções com alguma regularidade;
- Atualmente apenas possuem projetos da Lituânia – em breve também de Espanha;
- Não têm aplicação para telemóvel (para já), tudo terá de ser feito através do website – apesar de super simples!!
A nossa experiência
Até agora temos investidos 415€ em 3 projetos com taxa de juro média de 10,5%.
A comunicação é feita via e-mail, onde recebemos a confirmação dos projetos/valores investidos.
A única aventura que tivemos até agora foi logo na primeira transferência para a carteira da plataforma. Transferimos o dinheiro para a Crowdpear de uma conta que estava no nome de um de nós sendo que a plataforma foi aberta em nome do outro – ou seja, havia discrepância entre o utilizador da plataforma e a conta de origem do dinheiro.
Só nos apercebemos 1 semana depois quando já estávamos a achar que o dinheiro tardava a entrar na plataforma.
Contactámos o suporte via chat e responderam imediatamente em inglês e com várias opções para resolvermos o problema. A opção mais fácil e que envolvia menos burocracia foi devolverem-nos o dinheiro transferido e fazermos nova transferência da conta correta. Tudo certo e uma prova de como a segurança foi validada, pelo menos neste ponto.
A nossa estratégia será reinvestir na mesma plataforma todos os juros recebidos e fazer reforços da carteira ao longo do ano, a par com a Mintos e GoParity (que são as outras plataformas de P2P onde investimos), de forma a ter sempre cerca de 10 a 15% do nosso património investido neste tipo de negócio.
Estamos muito entusiasmados com esta plataforma. Que vos parece?
Não se esqueçam que se quiserem aderir à Crowdpear têm aqui o nosso link que vos dá a regalia dos 15€ e ainda nos ajuda a manter motivados para escrever conteúdo que esperamos ser útil!
Bons investimentos 😀
Um artigo sucinto com toda a informação necess! Fiquei curiosa e com vontade de investir. Usarei o vosso link!
Obrigado Adelaide! Tentamos colocar a informação da mesma maneira que gostávamos de receber 😀
Boa tarde, adorei o artigo! Por curiosidade, porque é que não optaram por investir na PeerBerry?
Olá Sílvia.
Em relação a plataformas de P2P, nós investíamos na GoParity e Mintos e para nós estava bem assim. Só conhecemos a Peerberry depois de já investirmos naquelas duas e na altura não acrescentava nada à nossa carteira de investimentos, apesar das críticas serem muito boas. Não pretendíamos abrir mais P2P.
A Crowdpear cativou-nos precisamente por ser na área do imobiliário. Para nós era uma oportunidade que não queríamos deixar passar e por isso avançamos
Boa tarde.
Gostei do vosso artigo e senti-me tentado a investir também nesta plataforma.
Contudo, não gostei da questão relacionada com a tributação, visto que, segundo percebi pelas FAQs, é necessário preencher o DAS- 1 form e levar às finanças para ser validado. Isto para evitar a dupla tributação. Este procedimento tem de ser feito anualmente.
Não acham isso um grande inconveniente?
Ola Nuno. Ainda bem que gostaste do artigo.
Em relação ao DAS-1, referem que há uma alternativa ao preenchimento dessa parte: “Instead of signing Part V in the DAS-1 form (‘Certificate of the Tax Authority of foreign country’), a certificate of tax residency issued and signed by the local authority may be provided with the signed DAS-1 form”. Ora, isto resolve-se no portal das finanças com 3 cliques para solicitar um Certificado de Residêcia Fiscal e envias juntammente com a primeira página do DAS-1 assinada por ti.
Se precisares de ajuda é so dizer – podes ir falar connosco no Instagram que pode ser mais fácil.
Bons investimentos! 😀